Geração Z no trabalho: o que essa geração está buscando nas empresas?

A Geração Z, formada por jovens nascidos entre meados dos anos 1990 e o início dos anos 2010, está transformando a forma como enxergamos o mundo do trabalho. Diferente das gerações anteriores, esses profissionais não estão interessados apenas em bons salários ou cargos de prestígio. Eles buscam sentido, propósito e coerência entre os valores que pregam e as práticas das empresas onde trabalham. Para a Geração Z, fazer parte de uma organização significa também estar alinhado com causas sociais, ambientais e éticas.

Uma das principais características dessa geração é o desejo por propósito. Jovens profissionais querem entender o impacto do seu trabalho na sociedade e no planeta. Preferem empresas que tenham posicionamentos claros, que se envolvam em causas como sustentabilidade, diversidade, inclusão e bem-estar coletivo. Isso significa que apenas dizer que é uma empresa “do bem” não basta — é preciso comprovar essas ações no dia a dia.

A flexibilidade também se tornou uma demanda essencial. A pandemia acelerou mudanças no modelo de trabalho e a Geração Z passou a valorizar profundamente a possibilidade de atuar de forma remota ou híbrida, além de contar com horários mais flexíveis. Para eles, a ideia de "bater ponto" das 8h às 18h todos os dias em um escritório fixo parece ultrapassada. Eles buscam equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, e empresas que entendem e respeitam isso ganham pontos na hora de reter talentos.

Outro fator importante é o ambiente de trabalho. A Geração Z prefere estruturas horizontais, colaborativas e menos hierárquicas. Esperam ter voz ativa, liberdade para propor ideias e segurança para serem quem são — independente de sua identidade de gênero, orientação sexual ou origem. Eles querem se sentir parte da empresa, e não apenas executores de tarefas. Climas organizacionais tóxicos, autoritários ou conservadores tendem a afastar esses profissionais.

Essa geração também é movida pelo aprendizado constante. Cresceram conectados, acostumados a buscar respostas rápidas e aprender sozinhos, e esperam que suas empresas ofereçam oportunidades frequentes de capacitação. Mais do que treinamentos formais, buscam feedbacks contínuos, programas de mentoria, desenvolvimento pessoal e profissional e contato direto com tecnologias que estimulem sua criatividade e autonomia.

Por fim, a preocupação com a saúde mental é um tema central para a Geração Z. Eles não têm vergonha de falar sobre ansiedade, burnout ou sobrecarga, e esperam que o ambiente corporativo tenha políticas claras de cuidado emocional. Benefícios como sessões de terapia, folgas para descanso, jornadas reduzidas e um RH acessível fazem toda a diferença na experiência desses trabalhadores.

A Geração Z está redesenhando o que significa trabalhar — e não há como ignorar essa mudança. Empresas que desejam se manter competitivas precisarão rever não só seus benefícios ou estrutura física, mas também sua cultura, sua comunicação e, principalmente, suas ações. Afinal, para essa geração, dizer não é o mesmo que fazer. E mais do que nunca, a coerência entre discurso e prática é o que atrai — e retém — os talentos do futuro.

Fontes:

• Robert Half – Geração Z: características, desafios e necessidades

• Berlitz Brasil – Geração Z no mercado de trabalho

• Blog Uniasselvi – Expectativas da Geração Z para o mercado de trabalho

• Avanti Open Banking – Geração Z e o futuro do trabalho

• EcoEdu – Características e desafios da Geração Z

• ABQV – Saúde mental e a Geração Z nas empresas

• PUC PR – Geração Z no mercado de trabalho: o que ela espera das empresas?